Frente em Defesa das Universidades e dos Institutos é lançada em Porto Alegre

Reitores, deputados estaduais e federais, professores e estudantes gaúchos lançaram, nesta segunda (18), em Porto Alegre, um movimento estadual contra a política de cortes de recursos para a educação pública promovida pelo governo federal. A criação da Frente Gaúcha em Defesa das Universidades e dos Institutos Federais praticamente lotou o Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa e reuniu representantes de mais de cinquenta municípios gaúchos. “É preciso dar um basta ao asfixiamento financeiro dos centros responsáveis por formar a nossa juventude e por garantir desenvolvimento, soberania e independência ao nosso país. Enfraquecer a educação é abrir mão do futuro”, salientou o deputado estadual Valdeci Oliveira, que participou do ato.

 

 

A Região Central do Estado também esteve representada no evento, entre outros, pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT), pelo reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, pela reitora do Instituto Federal Farroupilha, Carla Jardim, e por servidores e dirigentes do Instituto Federal Farroupilha de São Vicente do Sul. “Um bilhão de reais deixaram de entrar na economia do Rio Grande do Sul em função dos cortes realizados no orçamento da educação”, afirmou Burmann, ao se referir a redução de repasses para as universidades nos últimos três anos.

 

 

O reitor da UFSM também demonstrou preocupação com os cortes no Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e no Programa de Extensão Universitária (ProExt). “A assistência estudantil é fundamental para nossos estudantes permanecerem e concluírem os cursos que iniciam”, explicou.

 

 

Burmann também destacou o caráter pluri e suprapartidário da Frente Gaúcha e fez uma forte defesa dos investimentos na educação. “Que esse movimento seja um movimento do Rio Grande do Sul, que una todas as bandeiras partidárias e ideológicas. Não estamos propondo a construção da nova versão da Revolução Farroupilha. Estamos propondo uma frente pelos interesses do Estado, que são, certamente, os interesses do país. Nós não estamos em condições de poder abrir mão da educação público no Brasil”, concluiu.

 

 

A reitora Carla Jardim disse que “os orçamentos atuais dos institutos federais se equiparam aos de 2012” e previu mais dificuldades no ano que vem. “Em 2012, possuíamos menos campi, menos servidores e muitos menos estudantes do que hoje. E a proposta orçamentária para 2018 traz perspectivas ainda piores”, assinalou.

 

 

O deputado federal Paulo Pimenta afirmou que a situação das universidades e institutos é mais uma consequência do golpe realizado contra a presidenta Dilma Rousseff. “Dentro do golpe não cabe a universidade, nem a democracia. O golpe vai acabar com a eleição para reitor, vai acabar com a democracia nas universidades e vai acabar com ensino público e gratuito, porque quem financiou o golpe, exige isso”, disparou.

 

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto, afirmou que a criação da Frente tem todo o apoio do Parlamento gaúcho. “Ao meu ver, nenhuma liderança eleita pela população pode ficar de braços cruzados e fingir que nada está ocorrendo com a educação. A Assembleia cumpre o seu papel ao se engajar em mais essa luta”, disse ele.

 

 

Texto: Tiago Machado (MTE 9415) para  PT Sul

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