Por um Correios forte e 100% público

A história do Brasil começa com uma carta, enviada por Pero Vaz de Caminha a Portugal, em 1500. Após mais de 500 anos, nosso País ampliou seus limites territoriais e multiplicou seu número de cidadãos, mas todos permanecem conectados pelos Correios.

São 117 mil trabalhadoras e trabalhadores e 12 mil agências em todos os municípios. Pelas mãos das carteiras e carteiros, os Correios entregam por dia mais de 30 milhões de cartas e encomendas em todos os rincões do Brasil.

Sem falar das grandes operações logísticas, como a distribuição de livros didáticos e o Enem, além da inclusão bancária por meio do Banco Postal. Em mais de 1,6 mil cidades é a única instituição financeira.

Contudo, a mais respeitada empresa pública do Brasil, segundo pesquisas recentes, está ameaçada.

O governo Temer e sua turma do PMDB, PSDB, PP, DEM e PSD estão fechando agências e precarizando as condições de trabalho. O último concurso público foi em 2011.

Por meio de um PDV, estão desligando 5,5 mil empregados.

Se não bastasse, a direção quer implantar a Dispensa Motivada, com o objetivo de demitir concursados. Há um clima de pânico entre a família Correios. Até as férias estão suspensas.

Essas medidas me parecem um indicativo para abrir o capital dos Correios ou para a sua privatização. Já sabemos o quanto essas duas medidas poderiam prejudicar fortemente os serviços da estatal. Nós sabemos que o capital privado não tem interesse nos pequenos municípios, onde o volume de negócios é pequeno. Ficariam com o chamado filé e abandonariam o atendimento nas regiões periféricas.

A privatização de serviços postais não é tendência em lugar nenhum do mundo. Dos 192 correios do mundo, só oito estão 100% privatizados e outros 11 contam com participação acionária da iniciativa privada. Ou seja, de quase 200 correios no mundo, só 18 têm participação da iniciativa privada. Esses são dados da União Postal Universal – agência da ONU responsável por regulamentar o serviço postal no mundo.

O Brasil e a população querem um Correios forte, indutor do desenvolvimento nacional. Esperamos que esse governo tenha bom senso pelo menos uma vez e preserve os empregos e os serviços essenciais realizados pelos Correios.

Por Maria do Rosário Nunes

Publicado em Brasil 247

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