Nota Pública: Não passarão!

Este é o momento de mais forte enfrentamento com a direita desde a Ditadura Militar. Vivemos sob um Estado policial. A violência praticada hoje (24) em Brasília contra trabalhadoras e trabalhadores de todo o País, que vieram pacificamente defender seus direitos, é abominável. Tão abominável quanto é o Decreto editado por Temer que coloca o Distrito Federal em Estado de exceção. O Decreto usa a chamada “Garantia da Lei e Ordem (GLO)”, que significa neste momento quebra das liberdades em nome do interesse de Estado — leia-se como Estado o interesse de Temer e seus aliados.

O Brasil só será pacificado e terá soluções para a crise política e institucional sem Temer. Ele é a origem da violência armada desta quarta-feira. Eu estava lá, senti na pele e nos olhos o gás repressor das forças policiais.

As bombas foram jogadas desde o início do ato para dispersar e atingir trabalhadoras e trabalhadores desarmados. O ar era irrespirável, como é o ar das ditaduras!

Como se não fosse suficiente, Temer emite esse Decreto sem base legal. Mas o que é mais uma ilegalidade no currículo de Temer e seu governo? No entanto, para quem defende a democracia, trata-se de uma medida gravíssima, antidemocrática, abusiva e autoritária. Seu único objetivo é impedir a livre manifestação do povo brasileiro contra um governo corrupto e ilegítimo. Temer escuda-se na convocação das Forças Armadas porque está esvaziado de autoridade moral e política para permanecer no cargo.

Como deputada federal quero lamentar o triste papel que o governo reservou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Usaram seu próprio aliado, e pior, desrespeitaram institucionalmente à Presidência da Câmara, colocando-a num lugar subalterno para justificarem a decisão autoritária que tomaram.

Me solidarizo com todas trabalhadoras e trabalhadores que viajaram horas e horas até Brasília. Muitas delas conheço pessoalmente. Vieram do meu Estado, o Rio Grande do Sul, se somarem a milhares de outras brasileiras e brasileiros contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e por Diretas Já. Saibam que renovo com vocês o compromisso de lutar pela democracia e defender os direitos.

Estamos juntos. Exigimos a revogação imediata deste Decreto opressor. Exigimos a saída de Temer. Exigimos Diretas para o povo escolher seu próximo presidente e o Brasil voltar a respirar a democracia em sua plenitude. O último refúgio de um governo derrotado e ilegítimo é o autoritarismo. Não passarão.

Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS)

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