Assembleia Legislativa do RS instala Frente Parlamentar em Defesa dos Correios Públicos
Papel social relevante
O parlamentar afirmou ainda que os Correios cumprem papel social relevante ao empregar cerca de 120 mil pessoas e integrar todos os quadrantes do Brasil. “São mais de 350 anos de atuação no País, 120 trabalhadores envolvidos por uma empresa capilarizada por todo o território nacional”, enfatizou o petista.
Representando a Câmara dos Deputados, a deputada Maria do Rosário (PT/RS) declarou que não é a primeira vez que a empresa está na mira das privatizações. “Foi assim no governo FHC e está sendo assim neste momento em que vivemos sob o signo de um golpe. Vamos potencializar as ações em defesa do Correio, buscando o apoio das câmaras de vereadores também”, anunciou a parlamentar que integra a frente instalada no Congresso Nacional.
Autora do PL 7638/2017, que determina que a administração pública federal contrate, preferencialmente, os serviços dos Correios, Rosário sustentou que as dificuldades enfrentadas pela estatal foram geradas pela inoperância do atual governo, “que evita buscar soluções para inviabilizar a empresa e privatizá-la”. Segundo a deputada, a aprovação de seu projeto significará uma injeção de recursos nos Correios na ordem de R$ 20 bilhões por ano.
Precarização da empresa
O diretor da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios Fábio da Silva Lopes denunciou a precarização da empresa e dos direitos de seus servidores por parte dos governo Temer. “As medidas adotada pelo governo Temer atacam frontalmente os trabalhadores. Hoje, os Correios tem um exército de trabalhadores doente, em função da suspensão das férias, direito que foi retirado num só canetaço”, apontou.
Ele alertou ainda que a privatização poderá trazer consequências negativas para a sociedade, especialmente, para as comunidades mais pobres. “Obviamente, empresa privada não quer atuar onde não dá lucro. Com isso, mais uma vez, quem pagará a conta são os pobres”, frisou.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Rio Grande do Sul (Sintect/RS), Yuri Aguiar, revelou que a empresa só mantém as portas abertas graças aos seus funcionários. “Nem material de expediente há. Os trabalhadores estão tirando dinheiro de seus próprios bolsos para comprar papel e caneta. Do contrário, não dá para dar expediente. E a situação deve piorar ainda mais com o vencimento dos contratos dos vigilantes, que não será renovado”, contou.
Já ex-diretor dos Correios no Rio Grande do Sul, Larry Almeida ressaltou que o governo Temer está matando a empresa à míngua ao esvaziar suas funções e precarizar as relações de trabalho.
*Publicado originalmente no site da Assembleia Legislativa do RS.